Ensino Médio Inovador
O Programa Ensino Médio Inovador- ProEMI, instituído pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, como estratégia do Governo Federal para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio.
O objetivo do ProEMI é apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio, ampliando o tempo dos estudantes na escola e buscando garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também as expectativas dos estudantes do Ensino Médio e às demandas da sociedade contemporânea.
Os projetos de reestruturação curricular possibilitam o desenvolvimento de atividades integradoras que articulam as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia, contemplando as diversas áreas do conhecimento a partir de 8 macrocampos: Acompanhamento Pedagógico; Iniciação Científica e Pesquisa; Cultura Corporal; Cultura e Artes; Comunicação e uso de Mídias; Cultura Digital; Participação Estudantil e Leitura e Letramento.Fonte: http://mecsrv125.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13439&Itemid=1038
Em nossa Escola o ProEmI funciona em horário integral – 3 dias
semanais: Segunda-feira (3 aulas
da tarde com atividades complementares), Terça-feira (2 aulas
da tarde com atividades complementares) e Quinta-feira, atendendo a 13 turmas do Ensino Médio. O ProEmI conta com a coordenação e acompanhamento da Educadora de Apoio Lúcia Farias.
Estrutura funcional do ProEmI em nossa Escola:
Oficinas que estão sendo realizadas em 2015
Projeto Interdisciplinar:
Interações
Comunicativas: dançando e cantando protagonizamos histórias.
Área:
Linguagens, códigos e suas tecnologias
Professores:
Ângela Barbosa de Santana
Clecia Diógenes
Edilma Brasil da Silva
Josefa de Oliveira França
Karla Michelly dos Santos Fabrício
Celenilda Maria da Silva
Valdirene Diniz Xavier
Projeto Interdisciplinar:
Interações
Comunicativas: dançando e cantando protagonizamos histórias.
Tema:
Linguagem
corporal e musical
Apresentação:
A linguagem constitui-se em
indispensável instrumento de participação democrática. É através dela que o
homem interage no meio social, cria vínculos, se expressa... E a escola
enquanto espaço privilegiado de socialização deve estimular diversas formas de
interação e participação social dos educandos preparando-os para o pleno
exercício da cidadania:
O currículo, enquanto
instrumentação da cidadania democrática deve contemplar conteúdos e estratégias
de aprendizagem que capacitem o ser humano para a realização de atividades nos
três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a
experiência subjetiva; visando à integração de homens e mulheres no tríplice
universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva. (PCNs
p.15)
As linguagens corporal e musical
contribuem para a formação de habilidades e competências nos três domínios da
ação humana citados pelos PCNs: a vida em sociedade - visto que danças e ritmos
são expressões de culturas comunitárias; a atividade produtiva - pois a dança e
a música movimentam um setor econômico de proporções consideráveis em
praticamente todas as sociedades; e a experiência subjetiva - se encontra no
âmago da expressão artística da qual música e dança fazem parte. Este último
aspecto - a experiência subjetiva - tem sido muitas vezes relegado a um papel
secundário na escola por ser considerada de menor valor. No entanto, as
Diretrizes Curriculares Nacionais reforçam a necessidade de atividades
escolares que valorizem aspectos como a subjetividade, a sensibilidade, a
criatividade e o senso estético:
Como expressão do
tempo contemporâneo, a estética da sensibilidade vem substituir a da repetição
e padronização, hegemônica na era das revoluções industriais. Ela estimula a
criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, a
afetividade, para facilitar a constituição de identidades capazes de suportar a
inquietação, conviver com o incerto, o imprevisível e o diferente. (DCNs p. 62)
Outro documento orientador do
currículo, as Diretrizes Curriculares Nacionais também ressaltam a importância
de tais aspectos como formativos da identidade nacional e do reconhecimento de
si mesmo e do outro enquanto atores sociais:
Como expressão de
identidade nacional, a estética da sensibilidade facilitará o reconhecimento e
a valorização da diversidade cultural brasileira e das formas de perceber e
expressar a realidade própria dos gêneros, das etnias e das muitas regiões e
grupos sociais do país. Assim entendida, a estética da sensibilidade é um
substrato indispensável para uma pedagogia que se quer brasileira, portadora da
riqueza de cores, sons e sabores deste país, aberta à diversidade dos nossos
alunos e professores, mas que não abdica da responsabilidade de constituir
cidadania para um mundo que se globaliza, e de dar significado universal aos
conteúdos da aprendizagem. (DCNs p. 63)
Introdução:
O projeto interdisciplinar Interações
Comunicativas: dançando e cantando protagonizamos histórias reúne as disciplinas constitutivas da
área de linguagens, códigos e suas tecnologias (artes, educação física, língua
portuguesa, língua estrangeira moderna) para propor ações que permitam aos
educandos ampliar habilidades e competências comunicativas através das
linguagens corporal e musical. O projeto propõe ainda a abordagem de conteúdos
da grade curricular sob uma visão interdisciplinar ao incorporar uma metodologia
mais dinâmica na qual todas as disciplinas exploram características dessas duas
linguagens.
O projeto será executado durante o
primeiro semestre deste ano com ações desenvolvidas conjuntamente com todas as
disciplinas da área culminando com um festival de danças (eruditas, salão e
regionais) ao final do semestre. O evento contemplará todas as séries do ensino
médio.
Objetivo Geral:
Identificar a linguagem musical (incluída
também a linguagem verbal que muitas vezes a acompanha) e a corporal como
importantes expressões comunicativas e de formação da identidade cultural.
Justificativa:
O projeto interdisciplinar Interações
Comunicativas: dançando e cantando protagonizamos histórias propõe uma
abordagem mais dinâmica e interligada das linguagens, enfatizando a dança e a
música. Neste diálogo múltiplo que se pretende construir, incentivar novas
descobertas através de experiências significativas de aprendizagem:
Quem somos, como
brincamos, dançamos, cantamos, contamos histórias, resistimos? Essas questões
incentivam a curiosidade em desvelar dentro da escola o conhecimento de nossos
educandos e educadores, saberes culturais, nascidos e desenvolvidos nas
histórias de origem e do dia a dia. Expressões multiculturais que colorem
nossos jeitos de ser, pensar e agir, demonstrando a necessidade de falarmos de
inclusão, de diversidade, de educar para a diferença natural de tantos povos
que compõem o povo brasileiro. (MARQUES, 2007, p.80)
A música e a dança devem ser
consideradas como linguagens estruturadas e complexas nas quais podemos
reconhecer vários elementos comunicativos (emissor, receptor, canal, código,
contexto e mensagem). A música e a dança permitem uma comunicação múltipla
entre sujeitos que ultrapassa limites léxicos, culturais, sociais, étnicos e
ideológicos através de uma linguagem que evoca a emotividade, a sensibilidade e
o senso estético. A importância de se trabalhar este tema é compreendida quando
se analisa a definição de linguagem proposta pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais:
A linguagem é
considerada aqui como capacidade humana de articular significados coletivos em
sistemas arbitrários de representação, que são compartilhados e que variam de
acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade. A principal
razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido. Podemos, assim, falar em linguagens que se
inter-relacionam nas práticas sociais e na história, fazendo com que a
circulação de sentidos produza formas sensoriais e cognitivas diferenciadas.
Isso envolve a apropriação demonstrada pelo uso e pela compreensão de sistemas
simbólicos sustentados sobre diferentes suportes e de seus instrumentos como
instrumentos de organização cognitiva da realidade e de sua comunicação.
Envolve ainda o reconhecimento de que as linguagens verbais, icônicas,
corporais, sonoras e formais, dentre outras, se estruturam de forma semelhante
sobre um conjunto de elementos (léxico) e de relações (regras) que são
significativas. (PCNs p.19)
Metodologia
O projeto espera auxiliar os educandos
a desenvolverem habilidades e competências essenciais nas interações
comunicativas e no conhecimento de si mesmos, a partir da vivência de
experiências significativas e criativas de comunicação mediadas pela dança e
pela música que são consideradas linguagens dotadas de forte aspecto estético,
cultural e social. O projeto apresenta ações direcionadas pelo eixo
comunicativo que está presente em todas as disciplinas da área de linguagens.
As ações a serem desenvolvidas contemplarão os seguintes conteúdos:
Matérias
|
Conteúdos
|
Educação
física
|
A
dança como eixo temático (tempo, espaço, cadência, ritmo, compasso e
coreografia) destacando:
*Danças
regionais;
*Danças
de salão;
*Danças
eruditas.
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Arte
|
*A
dança e a música em diferentes movimentos artísticos ao longo da história
(Renascimento, Neoclassicismo, Romantismo e Realismo)
*Conceito
de dança contemporânea, conceito de música.
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Língua Portuguesa
|
*Conceito
de língua e linguagem;
*Figuras
de linguagem (letras de músicas);
*Funções
da linguagem (letras de músicas);
*Denotação
e conotação (letras de músicas);
*Gênero
textual: paródia.
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Língua Estrangeira
Moderna
|
*Multiculturalismo;
*Identidade
cultural;
*Ritmos
e danças tradicionais (letras de músicas) considerados constitutivos da
identidade nacional de alguns países;
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Cronograma de execução:
Ação
|
Período
|
Disciplina
|
Leitura
e análise interpretativa de letras de músicas.
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Março e abril
|
Língua
portuguesa, Língua estrangeira moderna
|
Exibição
de clipes e slides relativos ao tema.
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Março e abril
|
Língua portuguesa, Arte, Língua estrangeira
moderna
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Debates
temáticos.
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Março e abril
|
Língua
portuguesa e Educação física, Arte, Língua estrangeira moderna
|
Pesquisa
sobre gêneros de danças.
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Maio
|
Educação
física, Arte
|
Aulas
teóricas sobre o tema.
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Maio e junho
|
Educação
física, Arte
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Seminários
sobre o tema estudado.
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Maio e junho
|
Educação
física, Arte
|
Sorteio
do ritmo a ser apresentado por cada equipe.
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Abril
|
Educação
física
|
Montagem
de coreografias com os ritmos sorteados.
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Maio
|
Educação
física
|
Definição
de figurinos para as apresentações do festival.
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Maio
|
Educação
física
|
Ouvir
e cantar os ritmos musicais estudados.
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Março a abril
|
Língua
portuguesa e Língua estrangeira moderna, Educação física
|
Produção
de paródias musicais.
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Maio a junho
|
Língua
portuguesa
|
Festival
de dança.
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Junho
|
Educação
física
|
Produção
de relatórios sobre as apresentações do festival de dança.
|
Junho
|
Educação
física, Arte
|
Levantamento bibliográfico:
Diretrizes
Curriculares Nacionais - Ensino Médio, Brasília: MEC, 2000 disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
MARQUES,
Isabel A. Dançando na escola. 4ª ed.
São Paulo: Cortez, 2007.
Parâmetros
Curriculares Nacionais - Ensino Médio, Brasília: MEC, 2000 disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf
Parâmetros
para a Educação Básica do Estado de Pernambuco, SEDUC, 2013. Disponível em http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/lingua_portuguesa_ef_em.pdf
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/PCPE_VD_ARTE_EFM.pdf
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/PCPE_VD_EDUCACAO_FISICA_EFM.pdf
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/PCPE_VD_INGLES_EFM.pdf
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4171/PCPE_VD_ESPANHOL_EFM.pdf
SILVA,
René Marcos da Costa (org.). Cultura Popular e Educação - Salto para o Futuro.
Brasília: SEED - MEC, 2008.
Vejam as fotos da execução deste projeto em nossa escola:
DROGAS: MELHOR PREVENIR
Área: Ciências Humanas
Docentes: Avaci Xavier, Diva Corina, Edjane Diniz, Geísa Barbosa e Lindenberg Aguiar
Turmas: 1º Ano A, B, C, D, E, F
CONTEXTUALIZAÇÃO
O presente trabalho terá como locus a EREM1 Severino Farias, em Surubim. Situada a 124 km do Recife, no Agreste pernambucano, microrregião do Alto Capibaribe, com altitude de 394m e clima semiárido quente (temperatura média de 25ºC), Surubim tem uma população estimada em 62.530 habitantes (IBGE2/2014), distribuída numa área territorial de 252,845 km.
No início de sua história, o município contava com os serviços educacionais do Colégio Estadual Pio XII, então mantido por um convênio entre a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco e os Irmãos Maristas. A Escola Severino Farias, conforme consta em seu PPP, originou-se do fim desse convênio, em 1975, quando passaram a existir duas escolas distintas: uma da rede privada (hoje Colégio Marista Pio XII) e outra da rede pública (a atual Escola de Referência em Ensino Médio Severino Farias, à época, Colégio Estadual Pio XII). Tal episódio se constituiu um momento de relevância histórica para Surubim pelos desdobramentos políticos ocorridos e atitudes de resistência expressas pela comunidade.
Naquele ano, foi nomeada a professora Célia de Farias Arruda diretora do novo Colégio Estadual Pio XII, que, a princípio, funcionou no prédio do Grupo Escolar Ana Faustina, e só no ano seguinte, pelo Decreto 3942, do dia 18/02/76 (Diário Oficial de 19/02/76), recebeu um novo nome: Escola Estadual Severino Farias. 21 anos depois, pela Portaria nº 4117, de 22/10/1997 (Diário Oficial de 24/10/1997), houve nova mudança, passando a chamar-se Escola Severino Farias e, finalmente, pelo Decreto nº 34.608, de 12/02/2010 (Diário Oficial de 13/02/2010), recebeu o nome atual – Escola de Referência em Ensino Médio Severino Farias.
Considerada de grande porte, a escola hoje dispõe de 21 salas de aula, 01 biblioteca, 01 auditório, 01 área coberta, 01 secretaria, 01 sala dos professores, 01 diretoria, 01 sala de coordenação pedagógica, 01 laboratório de informática, 01 laboratório de Ciências, 01 laboratório de Física e Matemática, 01 Museu de Ciências, 01 Sala de Atendimento Educacional Especializado (SAEE), 01 sala do Grêmio Estudantil, 01 sala para instrumentos da banda marcial, 01 cantina, 30 banheiros, 05 despensas, 01 quadra coberta, área livre e muro cercando toda a escola (PPP 2014).
Em seus 40 anos de existência, a escola destacou-se pela educação inclusiva, contemplando pessoas com deficiências visual e auditiva; pelo pioneirismo no desenvolvimento de projetos de educação ambiental; pela ousadia na gestão do tempo e espaço pedagógicos, implementando salas temáticas; pela vocação para nuclear e irradiar projetos e processos educacionais inovadores e pela conquista de prêmios diversos, em especial, o Destaque Nacional no Prêmio Nacional de Referência em Gestão Escolar / Ano Base 2004.
___________________________________
1 Escola de Referência em Ensino Médio
2 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Em 2010, a escola começou a fazer parte do Programa de Educação Integral quando passou a assumir, gradativamente, o perfil de Escola de Referência em Ensino Médio, previsto pela Secretaria de Educação, conforme a Lei Complementar nº 125, de 10/07/2008, que cria e regulamenta o referido programa.
Em 2012, a escola foi contemplada com o Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI), do MEC, que objetiva, segundo seu Documento Orientador (BRASIL, 2009), apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio, ampliando o tempo dos estudantes na escola e buscando garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também as expectativas dos estudantes e as demandas da sociedade contemporânea.
A partir de sua visão de futuro, prescrita no PPP – ser uma escola de referência no estado e região, pela excelência e inovação do trabalho educacional realizado, pela participação ativa de todos os segmentos e pelo respeito ao homem e à natureza, referenciando Deus como princípio e fundamento de tudo – a escola tem como missão promover um trabalho educativo que vise à formação humana integral, colaborando para a formação de cidadãos éticos, solidários e atuantes na transformação da realidade social, econômica, política e ambiental. Assim, a EREM Severino Farias busca desenvolver valores inspirados em 4 princípios:
Respeito – à dignidade, à diversidade, à natureza, ao ambiente social e natural, e aos direitos humanos, assim como ao cumprimento dos deveres.
Excelência – condição para alcançar a formação integral da pessoa.
Ética – conduta indispensável ao exercício pleno da cidadania com elevado senso de compromisso, seriedade e transparência.
Inovação – busca de soluções criativas e inovadoras na solução dos desafios.
JUSTIFICATIVA
Considerando seu objetivo elementar – contribuir para a formação integral do estudante, oportunizando situações efetivas de ensino-aprendizagem e enriquecimento cultural, garantindo o acesso e a permanência do estudante no ambiente escolar, num clima de respeito ao homem e à natureza –, a EREM Severino Farias sempre buscou, no decorrer de sua história, inserir nos seus trabalhos a temática das drogas, uma vez que existe a necessidade cada vez maior de conhecer e discutir os mais variados assuntos, mesmo que não sejam conteúdos específicos do programa curricular.
Na nossa última feira de Ciências (edição 2014), por exemplo, essa demanda pela discussão sobre as drogas ficou evidente, a partir da apresentação de vários trabalhos abordando o tema. Entretanto, a partir de conversas com os professores da escola, a despeito do interesse dos estudantes por esse assunto (ou qualquer outro), os estudantes não têm o hábito de estudar em casa ou de pesquisar e os atos de indisciplina em sala de aula são recorrentes. Acrescente-se a isso, a inexistência de projetos interdisciplinares e o precário envolvimento da família na vida escolar do estudante. Nesse cenário, o resultado é o baixo rendimento escolar de grande parte dos estudantes.
Então, apropriando-nos dessa demanda, a área de ciências humanas propõe a realização do projeto DROGAS: MELHOR PREVENIR.
Sabemos que a maioria dos nossos estudantes vêm de comunidades carentes da nossa cidade, tornando-se alvos fáceis para vendedores de drogas e traficantes. A “indústria” de entorpecentes só tem crescido. Colhendo o depoimento de alguns estudantes, constatamos que eles, em sua maioria, mesmo que menores de idade, têm o hábito de consumir bebidas alcoólicas no seu cotidiano. Podemos dizer que muitos já tiveram alguma experiência com o uso de drogas, mesmo que de forma indireta. No caso específico das chamadas drogas ilícitas, a maior parte dos estudantes nega fazer ou ter feito algum uso. Entretanto, revelam conhecer pessoas que consomem ou já consumiram essas drogas. Ou seja, falta pouco para que nossos estudantes venham a cair nessa armadilha.
Como diz a sabedoria popular, “melhor prevenir do que remediar”, dessa forma, numa atitude proativa, antecipando-nos a um problema maior, propomos a reflexão sobre a seguinte situação-problema: Como prevenir o uso de drogas na nossa realidade local?
Apesar de compreendermos que a questão é muito abrangente, acreditamos que, em seu papel de educar, cabe também à escola indicar caminhos, mostrar o que está por trás de cada droga que a sociedade moderna impõe.
Na cidade de Surubim, o número de pessoas envolvidas com venda e/ou consumo de drogas tem crescido muito nos últimos anos. Entendemos que nossa escola pode contribuir bastante para frear esse crescimento na medida em que apresenta um projeto de intervenção, através do qual pode oferecer subsídios aos jovens para que compreendam de fato os malefícios que essas drogas, aparentemente tão legais, podem causar em sua vida.
REFERENCIAL TEÓRICO
Com o passar dos anos, a escola tem assumido cada vez mais um papel de destaque um pouco diferente daquele pensado em sua origem. Outrora considerada o local do saber através dos seus professores, hoje seu papel ampliou-se: cabe-lhe formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem, preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.
A função básica da escola sempre foi a de garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo. Estas aprendizagens devem constituir-se em instrumentos para que o aluno compreenda melhor a realidade que o cerca. Nos dias atuais é necessário que a escola propicie o domínio dos conteúdos culturais básicos, da leitura e da escrita, das ciências, das artes, das letras. Sem estas aprendizagens, dificilmente ele poderá exercer seus direitos de cidadania.
Acreditando que a escola e seus professores têm um papel que vai além do ensinar conteúdos ou executar demandas impostas pelo governo, nos apropriamos das palavras de Freire:
“É preciso insistir: este saber necessário ao professor - que ensinar não é transferir conhecimento - não apenas precisa ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razões de ser - ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser constantemente testemunhado, vivido.” (FREIRE:1996, p.27)
Portanto, a escola tem o compromisso social de ir além da simples transmissão do conhecimento sistematizado, preocupando-se em dotar o aluno da capacidade de buscar informações segundo as exigências de seu campo profissional ou de acordo com as necessidades de desenvolvimento individual e social.
Para isso é preciso que os professores trabalhem com metodologias participativas e desafiadoras, problematizando os conteúdos e estimulando o aluno a pensar, a formular hipóteses, a descobrir, a falar, a questionar, a colocar suas opiniões, suas divergências e dúvidas, a trocar informações com o grupo de colegas, defendendo e argumentando seus pontos de vistas. Uma escola onde o professor seja um mediador e que leva os jovens a respeitar as diferenças culturais, étnicas e de sexo, a repudiar qualquer forma de discriminação e preconceito, bem como que propicie a formação de valores que possam não apenas ser ensinados, mas, acima de tudo, vivenciados.
Um espaço onde possa existir a participação de todos os segmentos que constituem a comunidade escolar, um local onde todos tenham voz e voto e sejam capazes de contribuir nas discussões que irão levar à tomada de decisões. Esse é o local propício para o debate e a reflexão sobre diferentes temáticas.
Ao decorrer dos anos, temos percebido a popularização de diversas drogas na sociedade e, com isso, o aumento do número de pessoas que se envolvem com o seu uso. Infelizmente, a participação dos jovens na compra, venda e no consumo dessas drogas tem crescido e gerado a destruição de famílias e a morte de milhares de pessoas todos os anos.
A imprensa tem mostrado esses fatos todos os dias, mas infelizmente temos nos tornado escravos do vício. O que dizer das cracolândias do Rio e de São Paulo? Lamentável dizer, mas esse questionamento está ficando ultrapassado, pois na atualidade as drogas têm extrapolado as fronteiras dos grandes centros urbanos e adentrado pelo interior do Brasil.
E quanto mais as drogas chegam às pequenas cidades, menos as pessoas estão preparadas para enfrentar o problema. É nesse contexto que as escolas passam a desempenhar um papel ímpar, no debate e no combate às drogas por meio de políticas de prevenção.
Atualmente, são muitos os tipos de drogas, ilícitas ou não. No Brasil, as mais utilizadas são: álcool, tabaco, maconha, solventes, orexígenos, benzodiazepínicos, cocaína, xaropes (codeína) e estimulantes. A variedade é grande, assim como seu mercado, o que levou o governo federal a criar o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas. Desde a sua criação, em 2006, o SISNAD tem como objetivo articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
No texto Escola em rede: políticas públicas integradas na prevenção do uso de drogas para crianças e adolescentes, as autoras fazem a seguinte reflexão:
“Se é possível vivermos em uma sociedade sem drogas, devemos assumir, como educadores, que está em nosso pleno alcance a responsabilidade por ações preventivas, com vistas à construção de uma sociedade mais preparada para o enfrentamento dos problemas gerados pela crescente oferta e crescente demanda do uso de drogas.” (BRASIL, 2014 p.75)
Com esse olhar, é que percebemos a importância da prevenção. Dessa forma, idealizamos e propomos o projeto DROGAS: MELHOR PREVENIR, por entender que somente por meio de uma sociedade esclarecida é que poderemos combater o crescente uso de drogas. E, nesse sentido, que agente e que local seriam melhores que a escola?
“A promoção da saúde no território escolar engloba a prevenção do uso de drogas e caminha em direção a um bem-estar global individual e coletivo. As escolas estão em posição privilegiada para promover e manter a saúde de crianças, adolescentes, educadores, funcionários da escola e comunidade do entorno. Essas tarefas podem ser potencializadas por intermédio da convergência de programas e projetos que envolvam toda a comunidade escolar, sobretudo, os jovens.” (SIMÕES, et al., 2010, p. 67)
Assim sustenta-se o fato de existirem várias políticas públicas que, visando reduzir os riscos e as vulnerabilidades à saúde, oportunizando aprendizagem e desenvolvimento humano, por meio de programas e ações voltados para a interface da educação e saúde, elegem a escola como o principal lugar para onde tudo converge.
OBJETIVO GERAL:
Desenvolver mecanismos de prevenção ao uso de drogas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Envolver a escola, a família e a sociedade na problemática das drogas;
Buscar parcerias com a rede externa da escola;
Mobilizar a comunidade escolar sobre o perigo do consumo de drogas;
Sensibilizar os jovens a reconhecer e resistir às influências que poderão estimulá-los a usar drogas;
Mostrar para a comunidade escolar como é a ação do tráfico e suas consequências;
Fornecer informação sobre os principais tipos de drogas e seus riscos;
SUJEITOS DA INTERVENÇÃO:
Professores da EREM Severino Farias;
Estudantes dos primeiros anos do ensino médio da escola (do 1º A ao F).
SUJEITOS QUE PODEM COLABORAR NO PROCESSO:
Equipe gestora da escola, funcionários e família;
Alunos das turmas de segundo e terceiros anos da escola;
Parceiros externos, como Secretaria de Saúde, Conselho Tutelar, Policia Militar e entidades privadas.
METODOLOGIA:
No decorrer deste trabalho faremos uma abordagem que envolverá de forma direta as turmas de primeiros anos da EREM Severino Farias, trabalharemos indiretamente com as turmas de segundos e terceiros anos a fim de contribuir na construção de saberes que são valiosos para toda a comunidade educativa. Para a realização do projeto DROGAS, MELHOR PREVENIR contaremos com a participação de vários parceiros, a fim de contribuir com o nosso projeto de prevenção do uso de drogas na escola.
Esse projeto terá como característica a interdisciplinaridade envolvendo a comunidade escolar (professores, equipe gestora, discentes) bem como a comunidade extraescolar, secretaria de saúde, polícia militar, conselho tutelar, entre outros. Para o encerramento do projeto realizaremos um dia festivo de atividades esportivas e a culminância do concurso de poesias e parodias. Entendemos que a prática esportiva bem como a arte pode ser fonte que podem incentivar para uma vida melhor.
No decorrer do projeto desenvolveremos várias atividades, conforme estão descritas no quadro:
Todos os procedimentos citados acima servirão de base para o bom desenvolvimento do projeto. Com o envolvimento da comunidade escolar e a integração entre as disciplinas, teremos a possibilidade de trabalhar de forma alinhada entre todas as matérias. Acreditamos que poderemos ter como resultado a formação de jovens multiplicadores colaborando para avanços transformadores da nossa realidade social. Ao construir um contexto de transformação, o adolescente também se transforma. E possibilita aos jovens um olhar mais crítico sobre o assunto.
Neste trabalho focaremos quatro eixos de ação que organizam intervenções preventivas em diferentes áreas, o quadro 2 mostra quais são os eixos que vamos abordar:
Fonte: Produzido pelos autores tomando como base o caderno de orientações do curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escola Públicas.
RECURSOS MATERIAIS
Panfletos, cartazes;
Papel ofício, xerox;
Pincel para quadro;
DVD, caixa amplificada, microfone, máquina fotográfica, data show;
Materiais esportivos para competição;
RECURSOS HUMANOS
Professores de todas as disciplinas e comunidade escolar;
Palestrantes convidados;
Alunos e pais;
Instrutores esportivos.
CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
Brasil. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escolas públicas / Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Ministério da Educação. – 6. ed., atual. – Brasília: Ministério da Justiça, 2014.
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia. EGA. 1996
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/1996. Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 02/02/2015.
_______. Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. Presidência da República – Casa Civil – Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 03/02/2015.
PPP da EREM Severino Farias.
Vejam as fotos da execução deste projeto em nossa escola:
PAINEL DE PROFISSÕES
Atividade
realizada com as turmas de terceiros anos do ensino médio da EREM Severino
Farias, visando esclarecer aos alunos as características de algumas profissões
a partir do ponto de vista do próprio profissional de nível superior, além de
motivar os estudantes para a continuidade dos estudos por meio da submissão a
vestibulares ou ENEM.
Os profissionais convidados falam de sua trajetória profissional, mercado de trabalho, desafios e possibilidades da profissão, motivando os alunos para progredirem nos estudos com curso superior.
Programação
DIA 10/03/2015
Roberto Mateus – médico ortopedista, ex-aluno
Eraldo Pio – empresário
Luana Ricarte – fisioterapeuta
Carlos Alberto – Advogado e professor
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DIA 17/03/2015
Aline Arruda Guerra – psicóloga
Luiz Antonio Medeiros – professor
Samir – enfermeira
Albérico Cassiano - jornalista
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